sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hipocritamente Civilizados

O avanço da civilização, ao mesmo tempo que nos traz esclarecimentos nem sempre confortáveis, faz com que o conhecimento objetivo e a seriedade tomem gradualmente o espaço das questões subjetivas e dos sentimentos de prazer e contentamento.
O ser humano vê-se, então, limitado, uma vez que seu ego requer atenção e que é incapaz de se responsabilizar infinitamente. Seu conflito não gira apenas em torno da aparente oposição entre um futuro confortável e um futuro maduro. Vê-se que é biologicamente impossível ao homem continuar a avançar sobre populações, de outras espécies ou mesmo humanas, e sobre o planeta, tão intensa e continuamente, e teme-se que o domínio humano sobre a Terra esteja em seu ápice e que, daqui para a frente, só haja decadência.
Ora, se continuarmos a ter em mente que o crescimento da civilização implica o controle do homem  sobre toda forma de vida, realmente entraremos em decadência em breve e o ápice do domínio humano não corresponderá ao ápice de nossa felicidade. Isso, porém, não quer dizer que devemos abrir mão de toda e qualquer posse para sermos felizes, mas sim que saborear cada pequena conquista, individual ou coletiva, fará com que nos sintamos mais completos e percebamos que algumas aparentes conquistas, supérfluas, a longo prazo nos trarão mais preocupações do que alegrias.
É preciso que reavaliemos os valores das coisas e reconheçamos o ser humano em toda sua individualidade; urge reavaliarmos os valores em que nos inserimos e reconhecermos o ser humano em todas as suas limitações. Faz-se aparente a necessicidade de valorização das noções subjetivas sobre a tendência corrente de tornar toda forma de conhecimento objetiva e generalizada.

Um comentário:

  1. Simplesmente fantástico! Para com a ideia besta de fazer Bio. vai escrever que vc é perfeita nisso ;)

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